
Universo da Estética
Como funciona o microagulhamento capilar? Benefícios e resultados para cabelos, barba e sobrancelhas
Microagulhamento capilar: veja como a técnica atua no couro cabeludo, barba e sobrancelhas, acelerando o crescimento e fortalecendo os fios.

Ingridy Sousa
Atualizado há 16 horas • 7 min de leitura
O microagulhamento capilar é uma das técnicas mais eficazes dentro do conceito de Scalp Care - uma abordagem estética que visa cuidar da saúde do couro cabeludo para fortalecer e revitalizar os fios desde a raiz. Com a crescente demanda por tratamentos que vão além dos cabelos e tratam o ambiente onde eles nascem, o Scalp Care se tornou essencial nos protocolos de estética capilar avançada.
Continue lendo que neste artigo você vai entender em profundidade o que é o microagulhamento capilar, como ele funciona, seus benefícios reais, quais áreas podem ser tratadas e o passo a passo completo do protocolo, incluindo ainda aplicações específicas para barba e sobrancelhas.
O que é microagulhamento capilar?
O microagulhamento capilar é uma técnica de indução percutânea de colágeno (também conhecida como CIT - Collagen Induction Therapy) adaptada para o tratamento do couro cabeludo.
Ele é realizado com instrumentos como dermarollers ou dermapens equipados com microagulhas esterilizadas, que realizam múltiplas microperfurações controladas na epiderme e derme superficial.
Essas microlesões provocam uma resposta natural de regeneração tecidual e favorecem a liberação de fatores de crescimento, estimulando:
- A ativação de células-tronco nos folículos pilosos;
- A neovascularização (formação de novos vasos sanguíneos);
- A produção de colágeno e elastina, essenciais para a sustentação do tecido.
As microperfurações também aumentam a permeabilidade cutânea, potencializando a absorção de ativos aplicados imediatamente após a técnica, como fatores de crescimento, peptídeos biomiméticos e complexos vitamínicos.
Como funciona o microagulhamento capilar?
O funcionamento do microagulhamento capilar envolve três mecanismos principais:
- Lesão controlada: as microagulhas rompem a epiderme de forma precisa e uniforme, desencadeando uma resposta inflamatória moderada, que é essencial para a ativação de fatores de crescimento como o TGF-β (Transforming Growth Factor Beta) e VEGF (Vascular Endothelial Growth Factor).
- Estimulação dos folículos pilosos: a inflamação controlada "desperta" folículos em fase de dormência (telógena), impulsionando-os para a fase anágena (crescimento ativo).
- Veiculação de ativos: com a barreira epidérmica temporariamente aberta, ativos aplicados topicamente penetram com muito mais eficiência, atingindo as camadas desejadas e potencializando os resultados do protocolo.
Essa ação combinada justifica a alta eficácia da técnica em tratamentos capilares, especialmente quando associada a dermocosméticos de qualidade.
Quais são os benefícios do microagulhamento capilar?
Os benefícios do microagulhamento capilar para o couro cabeludo são robustos e cientificamente respaldados:
- Estimulação da angiogênese: melhora a oxigenação e a nutrição dos folículos pilosos;
- Ativação das células-tronco: contribui para a formação de novos fios e fortalecimento dos existentes;
- Espessamento da haste capilar: fios mais densos, resistentes e saudáveis;
- Controle da queda capilar: interrompe processos de miniaturização folicular, comuns na alopecia androgenética;
- Melhora da absorção de dermocosméticos: potencializa o efeito de ativos específicos para crescimento e fortalecimento capilar;
- Renovação do tecido: o couro cabeludo torna-se mais saudável, equilibrado e funcional.
A técnica também promove a reorganização das fibras de colágeno tipo I e III, fundamentais para a integridade da pele e de seus anexos cutâneos. O colágeno tipo I é o mais abundante no organismo, responsável por conferir firmeza, resistência e sustentação ao tecido cutâneo. Já o colágeno tipo III, presente principalmente em tecidos mais jovens e em fase de reparação, proporciona elasticidade e contribui para o processo de regeneração celular.
Com o estímulo gerado pelo microagulhamento, ocorre inicialmente um aumento na produção de colágeno tipo III, favorecendo a cicatrização, seguido pela formação de colágeno tipo I, que estabiliza e fortalece a nova estrutura da pele. Esse processo resulta em uma melhora significativa da densidade dérmica, da sustentação e da saúde geral da pele e do couro cabeludo.
Quais áreas podem ser tratadas?
O microagulhamento capilar é uma técnica extremamente versátil, que pode ser aplicada em diversas regiões:
- Couro cabeludo de forma difusa, para estímulo global do crescimento capilar;
- Região frontal e entradas, ideal para o tratamento de áreas recuadas e afinamento capilar;
- Coroa ou vértex, local onde a rarefação dos fios é mais comum;
- Barba, para preenchimento de áreas com falhas ou crescimento irregular;
- Sobrancelhas, indicado para sobrancelhas afinadas ou com ausência de pelos.
É importante destacar que cada área tratada exige uma adaptação precisa da profundidade das agulhas e dos ativos utilizados, a fim de garantir máxima eficácia e segurança no processo.
Quem pode fazer o microagulhamento capilar?
O procedimento é indicado para:
- Homens e mulheres com queda capilar (alopecia androgenética, eflúvio telógeno);
- Pacientes com afinamento progressivo dos fios;
- Indivíduos com falhas localizadas em sobrancelhas ou barba;
- Pacientes que desejam acelerar resultados de terapias tópicas.
Contraindicações absolutas incluem:
- Infecções ativas no couro cabeludo (fúngicas, bacterianas ou virais);
- Doenças autoimunes em atividade;
- Psoríase, dermatite seborreica grave ou eczema ativo;
- Coagulopatias ou distúrbios de cicatrização;
- Uso de isotretinoína nos últimos 6 meses.
- O sucesso do protocolo depende de uma avaliação minuciosa e de uma seleção criteriosa dos pacientes.
Passo a passo do protocolo de microagulhamento capilar
A realização de um protocolo seguro e eficaz exige atenção a cada etapa:
1. Avaliação e anamnese
O protocolo de microagulhamento capilar deve iniciar com uma avaliação criteriosa e uma anamnese completa. É fundamental analisar o histórico clínico do paciente, identificando fatores predisposições e possíveis contra indicações. A avaliação do grau de perda capilar deve ser feita utilizando escalas específicas, como a Escala de Hamilton-Norwood para homens e a Escala de Ludwig para mulheres. É recomendado realizar o registro fotográfico das áreas a serem tratadas, para acompanhamento da evolução clínica ao longo do tratamento.
2. Higienização do couro cabeludo
Antes do procedimento, é essencial realizar a higienização adequada do couro cabeludo. A área deve ser lavada com um shampoo antisséptico para remover impurezas, oleosidade e reduzir a carga microbiana. Em seguida, procede-se à assepsia utilizando uma solução alcoólica ou clorexidina, garantindo a preparação ideal da pele para o microagulhamento.
3.Aplicação de anestésico tópico (opcional)
Para aumentar o conforto do paciente, pode-se aplicar um anestésico tópico, como lidocaína a 4–5% em creme, deixando agir por aproximadamente 30 a 40 minutos. Antes de iniciar o microagulhamento, é fundamental remover completamente o anestésico para não interferir na permeação dos ativos e na resposta do tecido.
4. Microagulhamento
A profundidade das agulhas deve ser ajustada entre 0,5 mm a 1,5 mm, de acordo com a espessura da pele e os objetivos terapêuticos. A aplicação deve ser realizada com movimentos verticais, horizontais e diagonais, garantindo uma cobertura uniforme de toda a área tratada. Durante o procedimento, é importante observar sinais clínicos adequados, como leve eritema e discreto sangramento pontual (padrão petequial), que indicam a eficácia da estimulação.
5.Aplicação de ativos
Após o microagulhamento, é o momento de aplicar ativos de alta performance, como fatores de crescimento, peptídeos biomiméticos, vitaminas e complexos bioestimuladores capilares. A permeação transdérmica favorecida pelas microperfurações potencializa a absorção dos ativos, otimizando os resultados do protocolo.
6. Orientações pós-procedimento
Ao final, é fundamental orientar o paciente quanto aos cuidados pós-sessão. Recomenda-se evitar exposição solar direta, calor excessivo e atividades físicas intensas nas primeiras 48 horas. Também é indicado o uso de loções calmantes e produtos tópicos específicos prescritos para manter a pele protegida e favorecer a regeneração.
7. Frequência das sessões
O protocolo de microagulhamento capilar deve ser realizado em sessões espaçadas, geralmente a cada 30 dias, para permitir o tempo adequado de regeneração tecidual. A quantidade total de sessões pode variar conforme a gravidade da condição tratada, sendo comum a indicação de 3 a 6 sessões, com reavaliação periódica para ajustes.
Microagulhamento para barbas e sobrancelhas
Microagulhamento para barba
A aplicação do microagulhamento na região da barba é altamente eficaz para tratar falhas, melhorar a densidade e reforçar o crescimento dos pelos faciais. O tratamento induz a formação de microcanais na pele, estimulando a resposta de cicatrização e liberando fatores de crescimento endógenos, que favorecem a ativação de folículos dormentes.
Principais objetivos do microagulhamento para barba:
- Estimular o crescimento em áreas com falhas: a microlesão controlada gera uma cascata de sinais bioquímicos que reativa os folículos pilosos inativos;
- Fortalecer fios finos e ralos: o estímulo mecânico e a ativação de fatores de crescimento tornam os fios existentes mais espessos e vigorosos;
- Melhorar o contorno e a densidade da barba: permite preencher falhas, criar um desenho mais definido e promover um visual mais uniforme.
A profundidade das agulhas varia de 0,5 mm a 1,0 mm, de acordo com a espessura da pele e a área a ser tratada. Associar o procedimento a ativos tópicos, como fatores de crescimento específicos para barba, peptídeos bioestimuladores e complexos vitamínicos, potencializa significativamente os resultados.
A realização de protocolos individualizados é fundamental, considerando fatores como o tipo de pele, grau de falha e expectativa estética do paciente.
Microagulhamento para sobrancelhas
O microagulhamento para sobrancelhas é indicado para reverter falhas, promover o crescimento de novos fios e melhorar a qualidade da pele da região. Por ser uma área extremamente delicada, a abordagem deve ser precisa e cuidadosa.
Benefícios do microagulhamento nas sobrancelhas:
- Estímulo de novos folículos: a ativação de mecanismos regenerativos pode levar ao surgimento de fios em áreas antes atrofiadas;
- Rejuvenescimento da pele da região: além de promover crescimento capilar, o microagulhamento melhora a textura, elasticidade e firmeza da pele ao redor das sobrancelhas, conferindo um aspecto mais jovem;
- Correção de falhas: ideal para quem apresenta falhas devido à depilação excessiva, alterações hormonais, microtraumas ou processos inflamatórios antigos.
Para a área das sobrancelhas, recomenda-se o uso de agulhas mais superficiais, variando de 0,25 mm a 0,5 mm, para garantir segurança e eficácia sem agredir a pele.
Assim como em outros tratamentos, a escolha de ativos pós-procedimento deve ser criteriosa, utilizando substâncias que favoreçam o crescimento dos pelos e que sejam apropriadas para a sensibilidade da região dos olhos.
Referências
GRIGNOLI, Laura Cristina. Os benefícios do microagulhamento no tratamento das disfunções estéticas. Disponível em <https://cassiacorrea.com.br/wp-content/uploads/2017/08/6-OS-BENEF%C3%8DCIOS-DO-MICROAGULHAMENTO-NO-TRATAMENTO-DAS-DISFUN%C3%87%C3%95ES-EST%C3%89TICAS.pdf>. Acesso em 8 de maio de 2025.
ROCHA, Juliana Justi. Aplicação de microagulhamento associado a terapia capilar no tratamento de alopecia androgenética masculina. Disponível em <https://sobese.org.br/wp-content/uploads/2023/08/Artigo-microagulhamnto-e-trapia-capilar-na-aag-masculina.pdf>. Acesso em 8 de maio de 2025.
SILVA, Liliany Macário. O uso de intradermoterapia e microagulhamento no tratamento da alopecia androgenética - Revisão da literatura. Caderno de Pesquisa Campus V/ Volume 10, Nº2, Página 110. Disponível em <https://unignet.com.br/wp-content/uploads/Revista-Cadernos-de-Pesquisas_vol-10-n-2-julho-2023-1.pdf#page=110>. Acesso em 8 de maio de 2025.
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